Hoje vou ensinar para os príncipes de plantão como se comportar na casa
das peguetes quando vocês já evoluíram para aquele estágio do relacionamento em
que você está dormindo na casa dela. Existem coisas cruciais, que podem ser um
tiro no pé na conquista pela amada, então vou enumerar aqui algumas coisas que
ficam chatas quando se quer passar uma boa impressão. Só que no meio disso eu me
lembrei de uma historia muito perturbadora que aconteceu comigo quando eu fui
tentar fazer isso, então para não ficar um post muito comprido e cansativo de
ler, ele será dividido em duas partes: hoje, eu conto a história e amanhã posto
as dicas de fato, enumeradas e com aquelas imagens legais que já são padrão por
aqui. Bora lá?
Eu passei os últimos anos da minha vida morando fora da casa de meus
pais. Como fiz faculdade fora, fui obrigada a morar em república e como vocês
sabem, republicas são ambientes bacanas onde pode acontecer tudo e mais um
pouco. Teve um tempo sombrio onde morei sozinha num castelo, mas vamos focar na
história. Nos primeiros anos de faculdade, morei em uma republica que montei
com minhas colegas de sala. Infelizmente todo mundo brigou uma vez, e cada uma
foi pra um canto. O fato é que antes da briga toda acontecer, quando o castelo
vivia em harmonia, nós nos divertíamos MUITO juntas. E, como toda republica
feminina que se preze, nós tínhamos como vizinhos uma república masculina (que
é essencial tipo para trocar lâmpadas, matar insetos, serviços de marcenaria e
é claro, festinhas improvisadas).
O que acontecia era que cada uma de nós tínhamos um ficante na
republica vizinha (também muito normal nesse ambiente). Em um fim de semana em
que coincidentemente nós 3 íamos ficar na cidade, e os nossos paqueras também,
decidimos fazer um programa mega-combo-casal na república deles : filminho com
pipoca e é claro bebidas. Na verdade o que aconteceu foi que a gente baixou lá
pra assistir filme e depois voltamos com os travesseiros pra dormir (achando
aquela ousadia O MÁXIMO. Eu devia ter lá para os meus 19 anos na época). Todo
mundo bebeu, todo mundo chapou, todo mundo falou besteira, todo ficou bêbado e
lá para o finzão da noite, cada casal foi dormir num quarto. Aí que começou o
terror, pelo menos pra mim. De
manhãzinha do sábado, umas 6h ou 7h, eu acordo com uma dor de barriga daquelas
que você acorda suando em bicas, daquelas que dão até enjoo.
É isso mesmo, não estranhem ver uma historia dessas no meu blog só
porque ele tem o layout roxo e fala de príncipes, princesas e castelos. A única
princesa que não faz cocô é a princesa Sandy e Júnior. Bom, voltando a minha
história, acordei naquela situação tenebrosa e o pior: não estava com a chave
de casa, que era do lado. A chave estava com alguém, em algum quarto. E eu
sinceramente não estava na situação nem com tempo de ficar acordando todo mundo
pra achar a bendita chave. Pensei numa solução drástica, para a situação
drástica: a casa tinha 2 banheiros, um no corredor dos quartos e um dentro de
uma suíte de um dos quartos. Com toda minha inteligência, pensei em ir no banheiro da suíte, pois se alguém acordasse
logo depois de mim, seria um mistério quem usou aquele banheiro. Bom, fui lá e,
passei de princesa para rei no trono por alguns instantes. Isso mesmo, violei a
regra número 1 de convivência pacifica da casa do peguete: fiz numero 2 na
REPUBLICA do cidadão.
E não, isso não é o pior da história. Quando fui dar a descarga,a
surpresa: ela estava quebrada.
A partir desse momento foi desespero total. Eu já previa todo mundo acordando
logo menos, vendo o presentão no vaso sanitário e tirando sarro da minha cara.
Já via meu apelido na faculdade sendo mudado para “CAGONA”. Já via a história correr de boca em boca. Já
ouvia os cochichos quando eu entrasse na sala de aula. Já via minha imagem
sendo denegrida por uma dor de barriga. Não. Eu não podia deixar. Comecei a
bater, a socar a descarga, que por algum motivo o botão estava duro não “entrava
pra dentro”. Comecei a ficar desesperada.
Então, silenciosamente, como uma agente secreta, saí do banheiro da suíte
e fui caçar a minha guarda costas naquela época. Entrei no quarto que ela
estava e acordei-a (com todo o cuidado de não acordar o par dela) e consegui
sabe lá deus como trazer ela pra fora do quarto sem o cidadão acordar. Quando
ela saiu do quarto, a primeira coisa que eu falei foi : “FULANA, FUDEU”. Ela
começou a rir e isso me deu MUITA raiva. Mas eu já tinha todo um plano na
cabeça, aprendido com minha avó: uma de nós iria até o lado de fora da casa
buscar um balde para encher com água da pia e jogar no vaso, simulando assim
uma descarga, e a outra ficava tomando conta do presentão na porta da suíte. Mandei-a
ir lá, mas ela disse que nem ferrando ia ficar “sentindo cheiro do cocô dos
outros” (a expressão usada por ela foi pior mas não vamos ficar entrando nesses
detalhes, não é?). Então partiu a dupla para a missão: o único problema era: estávamos
trancadas dentro da casa e novamente sem sinal da chave. Para desgraçar mais
ainda a situação já passava das 8h da manhã, e as chances de alguém chegar/acordar
aumentavam a cada instante.
E minha amiga achava aquela situação engraçadíssima, e segurava a todo
instante o riso diante de meu desespero e isso me deixava mais desesperada
ainda. Fomos achar a chave da porta da frente sei lá aonde. Eu sai de pijama
pelo portão da frente, andei pela rua para dar a volta na casa e entrar pelo
portão dos fundos para enfim encontrar a área de serviço e achar um balde. O
único balde que eu encontrei estava todo QUEBRADO e ainda por cima havia uma
MEIA VELHA dentro dele. A meia estava seca e grudada lá no fundo do balde. Como
diz o velho ditado, a cavalo dado não se olha os dentes então peguei esse balde
mesmo e sai correndo para terminar com essa historia de uma vez. Sem mais
delongas, voltamos pra dentro da casa, e saímos correndo em direção à suíte. Ao
passar o banheiro principal do corredor, minha amiga fala:
“Ô solteirinha, esse banheiro aí que você fez a obra, não é o do
corredor?”
“Não, fulana, é o da suíte!”
“Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh” disse ela, rindo mais ainda.
Passou a minha frente e entramos no quarto (o cheiro já infestava o
quarto lindamente) entrou no banheiro e fez algo mágico com a descarga que PAH.
A descarga funcionou. Aparentemente tinha um macete pra usa-la, que minha amiga descobriu no decorrer da noite, pois também havia feito numero 2 lá. Eu juro por Deus e pelos sete mares que eu seria capaz de
tirar a roupa, dançar pelada naquela hora e construir uma estátua de ouro e
cristais swarovski da Fulana para
enfeitar a república por todo o sempre. Foi tipo, um dos momentos mais mágicos
da minha vida. Literalmente na merda, fui salva pelo gongo.
Essa história tornou-se uma lenda na republica. Todas as meninas
ficaram sabendo: as que moravam, as que vieram depois e provavelmente as que
estão lá hoje. Fui motivo de chacota durante muito tempo. Se você não quer
virar motivo de piadinhas entre as amigas da garota ou entre seus próprios amigos
como foi meu caso, fique ligado no post de amanhã, onde eu vou contar direitinho
como causar uma boa impressão no castelo da princesa. Até breve!